O descobrimento do sexo

O fato de saber que a mulher está grávida e não saber o sexo do bebê, é um tanto quanto estranho no começo. Bem, pelo menos para o homem. Para o futuro papai – esse sou eu!! – a ficha demora a cair. “A mulher está grávida, que ótimo!” e para por aí! É fato e as estatísticas compravam. O homem só cai na real quando fica sabendo o sexo do bebê. Até lá – pelo menos comigo! – aconteceu muita cobrança por parte da Morgana. As atenções, cuidados que se devem tomar, informações gerais sobre mãe e bebê... tudo isso a Morgana já sabia de trás pra frente e eu não estava muito por dentro do assunto. Até que um dia ela surtou de tal maneira que esse que vos escreve começou a se interessar mais. Comecei a ler alguns sites sobre pais de primeira viagem, livros sobre gestantes e recém nascidos e pude confirmar tudo aquilo que já estava passando. Toda aquela montanha-russa de emoções que a mulher passa no início da gravidez é verídico. Tanto é que, certas vezes, quando a Morgana passava por determinada situação eu olhava pra ela e comentava: “Bem que o site falava sobre isso!” ou “O livro comentou exatamente isso que você passou!”. Pois é, aos que lêem isso e algum dia pretendem ser papai fica a dica em letras garrafais e em negrito: FIQUEM ATUALIZADOS NO ASSUNTO TANTO QUANTO ELA! :-)

Mamãe alimentando a mente.

Pois bem, ainda durante o primeiro trimestre da gestação, muita coisa aconteceu.

Enjôos, choradeira, risos, abraços, manhas, carência e “sai daqui, me deixa!!”. Além disso, o inverno correndo solto e a onda de gripe suína assolando o mundo inteiro, é claro que nos protegemos. Mais a Morgana, né? Evitávamos ao máximo sair de casa nos fins-de-semana. Quando precisava pegar alguma coisa, tipo comida ou ir na locadora de DVDs, sobrava pra mim. Durante o período de aulas na faculdade, a Morgana se protegia direto. Usava a máscara protetora todas as noites. O curioso é que as farmácias estavam vendendo cada máscara por R$ 1,00!! Sim, inflacionaram o preço descaradamente. A sorte é que achamos uma farmácia que estava vendendo a caixa com 50 máscaras por R$ 15,00. Compramos na hora, claro!

Xô gripe suína!

Os dias foram passando, o frio se dissipando e o sol tímido começou a aparecer. Começamos a aproveitar os dias fazendo passeios leves, sempre em companhia da Lilo.

Passeando com a Gorda.

Dia após dia, nós fomos descobrindo novas informações nesse mundo sobre bebês e gestação. Uma dessas informações quem deu foi meu irmão mais velho – que já tem um filhinha com alguns meses. Ele comentou sobre músicas. Isso mesmo... música para bebês! Normalmente quando alguém comenta algo sobre isso, a primeira coisa que pinta na mente é algo do tipo “Xuxa só pra baixinhos” e coisas do gênero. Para um adepto do rock and roll, blues, jazz e afins, descobrimos que existe uma luz no fim do túnel e que alguém pensou em nós. Beatles, U2, Bob Marley, Elvis Presley, Led Zeppelin e até Metallica for babies! Maravilha, hein? Desta maneira, o nosso bebê já começa, ainda no ventre da mãe, a escutar música boa!

Com o passar da gestação – e ainda sem saber o sexo do bebê – nós víamos nas lojas especializadas um mundo praticamente infinito destinado aos herdeiros. Coisas de A a Z com e para todos os bolsos. Como já queríamos ir comprando algumas coisas, mesmo que fossem de cores neutras, fomos em busca de um carrinho de bebê. Só pra vocês terem uma idéia, achamos um que passava os R$ 2.700,00. Um absurdo! Eu perguntava pra atendente: “E vem com banco de couro e ar condicionado?” Por esse preço, né... Bem, pesquisamos muito e fomos achar num lugar meio improvável: num supermercado. Mas não em qualquer supermercado e sim no Sam’s Club. Um carrinho muito bonito, com uma cor legal e que não é nem muito sofisticado, nem muito simples. Pagamos um preço bacana para um produto importado – R$ 270,00. Com essa aquisição, resolvemos ir atrás de um bebê-conforto que fosse compatível também com o carrinho. Até que achamos, mas o preço era estratorférico – quase R$ 1.000,00. Bem, resolvemos abortar a missão por hora e deixar pra procurar isso mais tarde, e é claro, por um preço mais camarada!

Chegando a data da terceira ecografia, dia 26 de outubro, começamos a nos animar! Desta vez saberemos o que vêm pela frente: menino ou menina. As apostas diziam que viria um menino. Melhor não arriscar, não é? No tão esperado dia, lá fomos nós correndo para o laboratório. Ao chegar, a Morgana entregou toda a papelada (requisição médica, identidade e carteirinha do plano de saúde) e ficamos aguardando. Fomos chamados. Entramos na salinha. A Morgana deitou na cama e em seguida chegou a doutora. Começou o exame – desta vez com o ultra-som – e não deu um minuto a Morgana já disse: “É um menino!” A doutora: “Como você sabe?” A Morgana respondeu: “Ahh, eu vi algo no bebê que parecia ser um pinto!” Caímos na risada! De fato, era um garotão que estava vindo! Eu parecia um bobo olhando para TV. “Teremos um menino! Teremos um menino!” eu ficava repetindo várias vezes. A doutora perguntou qual seria o nome e nós em alto e bom som: “DAVI!”. Com o passar do exame, fomos descobrindo uma das primeiras características do Davi: era tímido! De tão envergonhado, ele tentava se esconder e nisso ia dando um baile na doutora que tentava de todas formas nos mostrar. Numa dessas tentativas, ela flagrou o Davi pegando no pinto. Na mesma hora começaram as piadinhas – é, bem nessa que você, caro leitor, está pensando!

Mamãe com 4 meses!

Com o fim do exame, fomos pra sala de espera pegar os resultados e ao mesmo tempo ligamos e torpedeamos quase todos os nossos amigos e familiares. Queríamos compartilhar com todos essa alegria. Confesso que aquele dia que passou, foi um dos mais felizes da minha vida. Sentir uma emoção desse nível não é pra todos.

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